fúria

«Vida é fúria, pensara ele. A fúria - sexual, edipiana, política, mágica, brutal - impele-nos para as nossas mais nobres alturas e mais grosseiras profundezas. Da fúria vem criação, inspiração, originalidade, paixão, mas também violência, sofrimento, pura destruição destemida, o dar e receber de golpes de que nunca recuperamos. (...)



É isto que somos, que nos civilizamos para disfarçar - o aterrorizador animal humano dentro de nós, o exaltado, transcendente, autodestrutivo, desagrilhoado senhor da criação. Elevamo-nos uns aos outros às alturas da alegria. Arrancamos uns aos outros o raio dos membros.»

Salman Rushdie, in "Fúria"